Dá para emagrecer sem cortar álcool? O que você precisa saber

Uma taça de vinho no jantar, uma cervejinha no fim de semana, um drink em uma festa com amigos… O álcool faz parte da vida social de muitas pessoas — e, para muitas mulheres, eliminar totalmente o consumo pode parecer um sacrifício desnecessário (e até pouco realista). Mas será que dá mesmo para emagrecer sem abrir mão do álcool?

A resposta curta é: sim, é possível. Mas com algumas condições.

Neste artigo, vamos entender como o álcool impacta o emagrecimento, como fazer escolhas mais inteligentes, quais bebidas têm mais ou menos calorias e quais estratégias usar para continuar no seu processo sem precisar viver em abstinência total (a não ser que você queira, claro).

1. Álcool engorda?

O álcool é calórico e metabolicamente “preguiçoso” — ou seja, o corpo não armazena como prioridade, mas também não o ignora. Vamos aos fatos:

  • O álcool tem 7 calorias por grama (mais do que carboidratos e proteínas, que têm 4 kcal/g)
  • Diferente dos alimentos, ele não fornece nutrientes (calorias vazias)
  • O corpo dá prioridade à metabolização do álcool, interrompendo temporariamente a queima de gordura
  • Pode estimular o apetite, especialmente por alimentos mais calóricos
  • Pode reduzir a inibição e o controle emocional, levando a exageros alimentares

Ou seja: não é só a bebida, é tudo o que vem com ela.

2. Quantas calorias tem cada tipo de bebida?

Vamos a uma média de calorias por dose padrão:

  • Cerveja (lata de 350 ml): 140 kcal
  • Vinho seco (taça de 150 ml): 125 kcal
  • Espumante brut (taça de 150 ml): 100 kcal
  • Vodka ou gin puros (dose de 50 ml): 120 kcal
  • Caipirinha tradicional (com açúcar): 250–300 kcal
  • Drinks com leite condensado ou licores: 400 kcal ou mais

Atenção: essas calorias são sem contar os acompanhamentos, como petiscos, pães, frituras…

3. Dá para incluir o álcool no processo de emagrecimento?

Sim, desde que com equilíbrio. Aqui vão alguns princípios básicos:

1. Frequência importa mais do que pontualidade

  • Uma taça de vinho no sábado à noite, dentro de um contexto saudável, não atrapalha o emagrecimento
  • Beber todo final de semana, com exagero, pode comprometer seu déficit calórico

Dica: tente reduzir a frequência. Se antes eram 3 vezes por semana, comece por 1.

2. A quantidade faz diferença

  • Uma taça ou uma cerveja? Ok.
  • Três, quatro, cinco doses? Já é outro impacto calórico e metabólico.

Dica: estabeleça um limite antes do evento (ex: “vou beber 1 taça”) e mantenha-se nele.

3. A escolha da bebida é estratégica

  • Prefira bebidas secas, puras e menos adoçadas.
  • Evite drinks com xaropes, licores ou leite condensado.
  • Beba devagar, aproveitando o sabor e o momento.

4. Intercale com água

  • Ajuda a reduzir o ritmo do consumo
  • Diminui o efeito desidratante do álcool
  • Aumenta a saciedade e ajuda a manter o controle

Dica: para cada dose alcoólica, beba um copo de água.

5. Cuidado com os acompanhamentos

O álcool tende a abrir o apetite — e, com ele, vêm os petiscos. Os mais comuns são:

  • Frituras (batata, bolinho, pastel)
  • Embutidos (salame, calabresa, presunto)
  • Queijos gordos e pães

Tente optar por:

  • Castanhas e nozes (em pouca quantidade)
  • Queijos magros
  • Chips de legumes
  • Palitos de cenoura e pepino com homus

Ou melhor: jante antes de beber, para não atacar petiscos com fome emocional.

4. E o álcool atrapalha só pelas calorias?

Não. O impacto vai além:

  • Desidrata, e desidratação afeta o metabolismo
  • Atrapalha o sono, especialmente em excesso
  • Interfere na recuperação muscular
  • Pode causar compulsão no dia seguinte, como forma de “recuperar energia” após o consumo

Ou seja: mesmo se “encaixar nas calorias”, beber demais pode prejudicar outras áreas-chave do emagrecimento.

5. E se eu não quiser cortar, mas também não quero regredir?

Aqui estão estratégias realistas para manter o equilíbrio:

  • Planeje os dias em que vai beber, e compense com refeições mais leves e nutritivas no entorno
  • Evite beber por tédio ou hábito — avalie: “Eu realmente quero ou é só rotina?”
  • Beba com presença e intenção: escolha sua bebida preferida, curta, saboreie. Não beba no modo automático.
  • Evite beber em jejum: isso intensifica os efeitos do álcool e o descontrole alimentar
  • Não se puna no dia seguinte — volte à rotina com naturalidade

6. E se eu quiser cortar o álcool?

Algumas pessoas preferem ficar um tempo sem beber para acelerar o emagrecimento, melhorar o sono ou cuidar da saúde mental. Isso pode ser uma ótima escolha também.

Os principais benefícios são:

  • Redução de inflamação
  • Melhor funcionamento hepático
  • Menor retenção de líquidos
  • Mais energia e disposição
  • Maior clareza mental

Você não precisa parar para sempre, mas tirar períodos sem álcool pode ajudar seu corpo a recuperar o equilíbrio e mostrar que o prazer também existe sem ele.

Conclusão

Você não precisa escolher entre emagrecer ou brindar. É possível incluir o álcool com moderação e consciência no seu estilo de vida — desde que ele não seja um hábito automático, nem um sabotador disfarçado de prazer.

A chave é o contexto geral da sua alimentação, rotina e escolhas. Se o restante estiver equilibrado, o vinho do sábado não vai te impedir de alcançar seus objetivos. E o mais importante: cuidar da saúde não significa abrir mão de viver — mas aprender a viver com mais intenção, inclusive nas comemorações.

Deixe um comentário